"A minha escrita permeia sentidos românticos,

restaura a solitude e acolhe a beleza da vida

para ser-te Poesia."

Marli Franco


Sombra ao Luar


Sombra ao Luar


Se me olhares quando o sol nascer
Verás que sou sombra em teu viver
Sentirás o meu inspirar como gotas
Exalando cantigas no teu peito soltas.


Se me olhares quando o sol partir
Verás que sou transparência a florir
Sentirá em ti um beijo ancorando
E nas sombras palavras segredando.


Mas quando me olhares com o luar lacete
Estendido em tuas mãos o doce recordar
Verás que por amar ,o silêncio só se repete.


A música silente na partitura sem fim
É a minha saudade que vou te lembrar
Sombra inquieta como perfume de jasmim.

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®


O Silêncio me Escreve




O Silêncio me Escreve

Olho no arco azul ao meu mar perpendicular
O nascer do sol  nas laterais está a ondular.
Respiro a brisa e me deixo levar como um navio
Nas águas navego sentindo a corrente do desafio.

Visualizo as borboletas na passagem do arco
No ritmo das suas asas desliza o meu barco
Tão perfeitas as monarcas ao voarem sem revolta
Entregando seu labor sem nada esperar de volta.

Acaricio a água deste mar tinta de pétala azul
Sinto nas ondulações, emergir a paz da clara luz
O silêncio me escreve com a pluma do desanuviar.

Reitero e revejo meus caminhos vendo as direções
Em momentos assim me acalmo com a voz da imensidão
Que me traduz no coração a esperança divina a me governar.

Marli Franco
 Direitos Autorais Reservados®






8 de Março - Dia Internacional da Mulher -


Parabéns
 para todas as Mulheres !


Que este dia seja rosa felicidade
 para todas meninas ,
 jovens ,
adultas ,
 maduras
 e sábias.




Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®

Notívago


Notívago

Era noite quando resolvi aparecer
As estrelas já estavam na calçada
O silencio circulava o doce lazer
Na cadência da verve acetinada.

Sem barulho para não comprometer
Notívago teus olhos me seguia
Pediam, instigavam um só querer
Eu me escondia e você ascendia.

Um pedido esbarrou na minha mão
Bem versado encostando-me ao chão
Eu no silencio para o céu confirmei.

Que um raio, atingiu-me com empolgação
Acabei sendo chuva na solidão do trovão
Era eu e você, com saudade te relembrei...

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®

Mulher e o Trabalho


A Cocada

A cortina desce no palco da vida
No asfalto gelado surge o inesperado
A encenação traz o personagem central
A mulher de saia de algodão e chapéu branco.
__Olha a cocada!
__Quem vai querer?


Na platéia, a ventania é o público principal
Observa o desenrolar da dramaturgia
As cadeiras em silêncio permanecem
Na coxia a solidão faz companhia à noite.
__Olha a cocada!
__Quem vai querer?


As máscaras no palco estalam atuando
A mulher vai cantando na rua comprida
Gira nas mãos a forma que a lua ilumina
Solta o personagem notas da música
A mensagem que vibra encantando o espaço...
__Olha a cocada!
__Quem vai querer?


As casas sentem o pulsar da ventania
Leva mulher o drama deste trabalho
Levanta a bandeja reluz a cocada
Mostra alma clara de luz à porta que abrir
Agradece sorrindo para o não ou para o sim...
__Olha a cocada!
__Quem vai querer?


Os pés pesados soam no asfalto do palco
O avental branco brilha em cima da saia
O sorriso é reflexo dos cristais de açúcar.
___Olha a cocada!
___Quem vai querer?


Tempo de prosa alegre no meio das vendas
Vai traçando os laços corrente da vida
A rua vai marcando suas idas e vindas
Na pele vincada das lutas em rugas.
__Olha a cocada!
__Quem vai querer?


Desce a cortina quem aplaude é a ventania
Na noite azul some na esquina a melodia.
__Olha a cocada!
__Quem vai querer?


Voa a solidão em velhice desprotegida
No final vazio da encenação falida...
__Olha a cocada!
__Ninguém vai querer?

Marli Franco
Direitos Autorais Reservados®